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Táticas usadas pelo peixe-elétrico da Amazônia para caçar.

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Um comportamento raro em peixes, embora conhecido em baleias, lobos, golfinhos e outros poucos mamíferos, foi registrado pela primeira vez nos poraquês, peixes-elétricos da Amazônia que podem dar descargas elétricas de até 860 volts. A tática, chamada de predação social, consiste em realizar busca e ataques coordenados, a fim de capturar presas e beneficiar todo o grupo. Os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, e da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, descreveram o comportamento em um lago da Estação Ecológica Terra do Meio, no Pará. Conhecida por caçar solitariamente à noite, a espécie de poraquê Electrophorus voltai foi registrada em um grupo de cerca de cem indivíduos, cada um com até 1,8 metro de comprimento. Ao amanhecer e no pôr do sol, os poraquês migram para uma parte mais rasa do lago, cercam cardumes de pequenos peixes, conhecidos como piabas ou lambaris, e emitem fortes descargas elétricas. As presas saltam para fora e são devoradas quando voltam atordoadas para a água. Os pesquisadores consideram que é em locais de águas rasas, com grande abundância de presas e abrigo para dezenas de poraquês, podem favorecer a caça em grupo e o desenvolvimento da estratégia de predação social. Por isso, é possível que o fenômeno ocorra em outros locais e até mesmo com outras espécies de poraquê. Os poraquês nadam em círculos em volta de um cardume, concentrando o maior número possível de piabas. Aos poucos, pequenos subgrupos de dois a dez indivíduos separam parte do cardume e conduzem as presas para a margem. Então, um ou mais poraquês desse subgrupo disparam uma forte descarga elétrica, fazendo com que as piabas saltem, atordoadas pelo choque. Disparados simultaneamente por dez indivíduos, em teoria esses choques podem gerar uma descarga de 860 volts!” Os peixes-elétricos então abrem a boca e engolem o máximo de presas que conseguem. Outras espécies de peixes carnívoros, como o tucunaré, podem se aproveitar das presas atordoadas. Após cinco a sete ataques em uma hora, o grupo inteiro retorna para o fundo do lago. No caso do poraquê deve acontecer a mesma coisa do que acontece com a enguia. No caso da enguia, ela tem estruturas musculares especiais com células chamadas eletrócitos, que convertem a energia não gasta na locomoção em impulsos elétricos. Essa eletricidade é acumulada e cria um campo ao redor do animal, que orienta sua movimentação, protege-o de predadores e o ajuda a capturar suas presas. Uma enguia adulta pode ter até 160 mil eletrócitos (um tipo de célula que acumula e emite eletricidade), especialmente na parte inferior do corpo. Elas são organizadas como pilhas num controle remoto: o polo negativo de uma está em contato com o positivo de outra. Essa disposição permite a circulação de uma corrente elétrica, ou seja, o fluxo de partículas portadoras de carga elétrica. Assim, o animal vira uma “bateria viva”: seu polo negativo localiza-se perto da cauda e o positivo na parte da frente, um pouco antes da cabeça. Assim, esses animais geram eletricidade para defesa e locomoção, mas não tomam choque!

Fontes (textos) - créditos:

André Julião | Agência FAPESP. "https://agencia.fapesp.br/peixe-eletrico-da-amazonia-se-organiza-em-grupos-para-cacar/34996/"

"https://www.youtube.com/watch?v=AlV8mrFZxJ4&t=10s"

"https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/ece3.7121"

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-a-enguia-eletrica-se-protege-do-proprio-choque/

FONTES: Claudia Marques Rosa, bióloga, e Claudio Furukawa, do Instituto de Física da USP.

Imagem (créditos): "https://agencia.fapesp.br/peixe-eletrico-da-amazonia-se-organiza-em-grupos-para-cacar/34996/"

Trilha sonora (créditos): Nice And Easy - Audionautix - Audio Library - Free Music (música grátis) - https://www.youtube.com/watch?v=blE1mxNWsco&list=PLKCo4y0JbV2ZrcJeKQgSWg_93QYAAjpCX&index=49

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Um comportamento raro em peixes, embora conhecido em baleias, lobos, golfinhos e outros poucos mamíferos, foi registrado pela primeira vez nos poraquês, peixes-elétricos da Amazônia que podem dar descargas elétricas de até 860 volts. A tática, chamada de predação social, consiste em realizar busca e ataques coordenados, a fim de capturar presas e beneficiar todo o grupo. Os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, e da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, descreveram o comportamento em um lago da Estação Ecológica Terra do Meio, no Pará. Conhecida por caçar solitariamente à noite, a espécie de poraquê Electrophorus voltai foi registrada em um grupo de cerca de cem indivíduos, cada um com até 1,8 metro de comprimento. Ao amanhecer e no pôr do sol, os poraquês migram para uma parte mais rasa do lago, cercam cardumes de pequenos peixes, conhecidos como piabas ou lambaris, e emitem fortes descargas elétricas. As presas saltam para fora e são devoradas quando voltam atordoadas para a água. Os pesquisadores consideram que é em locais de águas rasas, com grande abundância de presas e abrigo para dezenas de poraquês, podem favorecer a caça em grupo e o desenvolvimento da estratégia de predação social. Por isso, é possível que o fenômeno ocorra em outros locais e até mesmo com outras espécies de poraquê. Os poraquês nadam em círculos em volta de um cardume, concentrando o maior número possível de piabas. Aos poucos, pequenos subgrupos de dois a dez indivíduos separam parte do cardume e conduzem as presas para a margem. Então, um ou mais poraquês desse subgrupo disparam uma forte descarga elétrica, fazendo com que as piabas saltem, atordoadas pelo choque. Disparados simultaneamente por dez indivíduos, em teoria esses choques podem gerar uma descarga de 860 volts!” Os peixes-elétricos então abrem a boca e engolem o máximo de presas que conseguem. Outras espécies de peixes carnívoros, como o tucunaré, podem se aproveitar das presas atordoadas. Após cinco a sete ataques em uma hora, o grupo inteiro retorna para o fundo do lago. No caso do poraquê deve acontecer a mesma coisa do que acontece com a enguia. No caso da enguia, ela tem estruturas musculares especiais com células chamadas eletrócitos, que convertem a energia não gasta na locomoção em impulsos elétricos. Essa eletricidade é acumulada e cria um campo ao redor do animal, que orienta sua movimentação, protege-o de predadores e o ajuda a capturar suas presas. Uma enguia adulta pode ter até 160 mil eletrócitos (um tipo de célula que acumula e emite eletricidade), especialmente na parte inferior do corpo. Elas são organizadas como pilhas num controle remoto: o polo negativo de uma está em contato com o positivo de outra. Essa disposição permite a circulação de uma corrente elétrica, ou seja, o fluxo de partículas portadoras de carga elétrica. Assim, o animal vira uma “bateria viva”: seu polo negativo localiza-se perto da cauda e o positivo na parte da frente, um pouco antes da cabeça. Assim, esses animais geram eletricidade para defesa e locomoção, mas não tomam choque!

Fontes (textos) - créditos:

André Julião | Agência FAPESP. "https://agencia.fapesp.br/peixe-eletrico-da-amazonia-se-organiza-em-grupos-para-cacar/34996/"

"https://www.youtube.com/watch?v=AlV8mrFZxJ4&t=10s"

"https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/ece3.7121"

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FONTES: Claudia Marques Rosa, bióloga, e Claudio Furukawa, do Instituto de Física da USP.

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