Artwork

محتوای ارائه شده توسط France Médias Monde and RFI Brasil. تمام محتوای پادکست شامل قسمت‌ها، گرافیک‌ها و توضیحات پادکست مستقیماً توسط France Médias Monde and RFI Brasil یا شریک پلتفرم پادکست آن‌ها آپلود و ارائه می‌شوند. اگر فکر می‌کنید شخصی بدون اجازه شما از اثر دارای حق نسخه‌برداری شما استفاده می‌کند، می‌توانید روندی که در اینجا شرح داده شده است را دنبال کنید.https://fa.player.fm/legal
Player FM - برنامه پادکست
با برنامه Player FM !

2024: Um ano que testou os limites do Brasil, entre tragédias, conflitos, medalhas e superação

6:49
 
اشتراک گذاری
 

Manage episode 457785031 series 2963952
محتوای ارائه شده توسط France Médias Monde and RFI Brasil. تمام محتوای پادکست شامل قسمت‌ها، گرافیک‌ها و توضیحات پادکست مستقیماً توسط France Médias Monde and RFI Brasil یا شریک پلتفرم پادکست آن‌ها آپلود و ارائه می‌شوند. اگر فکر می‌کنید شخصی بدون اجازه شما از اثر دارای حق نسخه‌برداری شما استفاده می‌کند، می‌توانید روندی که در اینجا شرح داده شده است را دنبال کنید.https://fa.player.fm/legal

Da tragédia no Rio Grande do Sul às medalhas dos atletas em Paris 2024, a RFI traz a retrospectiva do ano que está quase acabando, rememorando os principais fatos e trazendo declarações de quem participou e viu acontecer.

Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

O ano de 2024 chega ao fim com um dos principais militares do governo anterior preso e um escândalo de proporções internacionais. O general Braga Netto foi acusado de orquestrar um golpe de Estado que incluía o assassinato de políticos e autoridades. As investigações da Polícia Federal também apontaram envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Ninguém pode mais desmentir. Eles tentaram dar um golpe para impedir que assumíssemos a Presidência da República”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, por sua vez, saiu em defesa de Braga Netto: “Como alguém pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu nas redes sociais.

Além das tensões políticas, o ano foi marcado por extremos climáticos e tragédias. Em setembro, enchentes no Rio Grande do Sul deixaram pelo menos 180 mortos, afetaram 468 municípios e impactaram milhões de pessoas.

“Perdi tudo. Não tem como recuperar nada. E perdi parentes e amigos”, lamentou João Luís Lima, morador de Porto Alegre. Ana Brito, retirada de casa com água no pescoço, relatou o trauma: “Mesmo na casa de familiares, eu ouvia o barulho da água batendo na porta. Entrava em pânico”.

Enquanto os gaúchos tentavam reconstruir suas vidas, incêndios devastavam o país. Mais de 246 mil focos de queimadas foram registrados, 76% acima da média dos últimos cinco anos. Amazônia, Pantanal e Cerrado foram os mais afetados, com 27 milhões de hectares destruídos.

“Será necessária uma política pública para enfrentar, a curto, médio e longo prazo, os extremos climáticos que assolam o país”, afirmou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que a maioria dos incêndios foi criminosa, já que não houve fenômenos naturais que justificassem a simultaneidade.

A Polícia Federal prendeu suspeitos e abriu investigação para apurar a origem de tanto focos simultaneamente.

Violência urbana

Além do calorão, a vida urbana no Brasil teve outras tristes marcas, como o avanço de organizações criminosas do Sudeste em estados do Norte e Nordeste, e a escalada de violência policial em várias localidades, como São Paulo, onde autoridades tiveram de voltar atrás e determinar o uso das câmeras corporais nos agentes.

“A violência policial não é um fenômeno isolado ou acidental, mas sim parte de um padrão estrutural de discriminação e violência racial”, afirmam 81 entidades, grupos de famíliares e mãos de vítimas que denunciaram a situação na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

"Pelo amor de Deus, deixa eu entrar. Eu sou a mãe dele! Vocês estão matando meu filho, gente, deixa eu entrar", implorou a mãe de Vinícius Fidelis Santos de Brito, 24, morto a tiros dentro de uma casa em comunidade de São Vicente, litoral paulista.

E um caso de violência que chocou o país em 2018 teve desdobramentos importantes em 2024: o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O inquérito da Polícia Federal foi encerrado em maio com a prisão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Os três foram apontados como mentores do crime, mas negam. Em outubro, os acusados de execução foram à julgamento.

Eleição municipal e desafios políticos

Nas eleições municipais, partidos de centro-direita, como PSD e PL, ganharam força, enquanto a esquerda enfrentou dificuldades. A internação de Lula no fim do ano para tratar um sangramento cerebral reacendeu debates sobre a falta de lideranças progressistas.

Entre os temas emergentes, a exaustiva jornada de trabalho 6x1 ganhou destaque. A deputada Erika Hilton (PSOL) liderou a pressão pela PEC que propõe mudanças no regime de trabalho.

“Estamos ocupando as ruas para dizer que este debate é sobre dignidade!”, afirmou a parlamentar. Trabalhadores, como Daniela Dias (nome fictício), relataram o impacto da rotina: “Não tenho tempo para cuidar da família ou de mim mesma”.

A jornada pesada é alvo de reclamações há muito tempo, mas o debate político em torno da mudança só ganhou holofotes em 2024. Outros, há mais tempo na ribalta, estiveram em cena este ano mas também não tiveram desfecho.

Na lista das pendências figuram da regulação das Big Tech na luta contra as fake news ao ciclo vicioso em que se meteu a política econômica brasileira, com desconfiança do mercado frente ao ajuste fiscal, receio de descontrole inflacionário e juros nas alturas. As emendas parlamentares, com o Congresso definindo um terço de todo investimento público, foram outro ponto de polêmica e desgaste o ano todo entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

O ano de 2024 ainda teve realização do Concurso Nacional Unificado e demissão do ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, por suspeita de assédio sexual contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. No apagar das luzes do ano que fica outro destaque veio das estradas, com um trágico acidente envolvendo uma carreta, um ônibus e carros de passeio, o que deixou mais de 40 mortos. Em agosto, a queda de um avião da Voepass deixou 62 mortos, com a atordoante cena da queda livre da aeronave numa área residencial de Vinhedo, São Paulo.

"Eu, minha esposa e a empregada achamos que era um helicóptero em pane, pelo barulho. Estava quase saindo da residência, e vimos a aeronave já explodindo na nossa garagem", contou Luiz Augusto de Oliveira, dono do terreno onde o avião caiu.

Esporte: mulheres negras brilham nas Olimpíadas

No esporte, 2024 foi o ano em que o Brasil ganhou sua primeira medalhe na marcha atlética, porém, mais do que nunca, foi o ano em que reinou a força feminina no esporte, com destaque particular das mulheres negras. O país voltaria dos jogos olímpicos de Paris sem medalha de ouro se não fossem elas – Beatriz Souza no judô, Ana Patrícia e Duda no volêi de praia e, Rebeca Andrade, no solo da ginástica artística, que se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil.

“Minha luta é comigo mesma, não com as outras pessoas”, disse Rebeca, que superou Simone Biles no solo.

Já nas Paralimpíadas, o Brasil brilhou com 89 medalhas, sendo 25 de ouro. Gabrielzinho da natação se destacou, conquistando três ouros e encantando o público com sua humildade. “Se eu conseguir ser 10% do que foi Pelé, já estarei feliz”, disse o atleta.

Botafogo surpreende no futebol

E para encerrar o ano, o Botafogo fez história ao vencer o Brasileirão e a Libertadores, consagrando-se como o grande campeão do futebol nacional em 2024.

  continue reading

24 قسمت

Artwork
iconاشتراک گذاری
 
Manage episode 457785031 series 2963952
محتوای ارائه شده توسط France Médias Monde and RFI Brasil. تمام محتوای پادکست شامل قسمت‌ها، گرافیک‌ها و توضیحات پادکست مستقیماً توسط France Médias Monde and RFI Brasil یا شریک پلتفرم پادکست آن‌ها آپلود و ارائه می‌شوند. اگر فکر می‌کنید شخصی بدون اجازه شما از اثر دارای حق نسخه‌برداری شما استفاده می‌کند، می‌توانید روندی که در اینجا شرح داده شده است را دنبال کنید.https://fa.player.fm/legal

Da tragédia no Rio Grande do Sul às medalhas dos atletas em Paris 2024, a RFI traz a retrospectiva do ano que está quase acabando, rememorando os principais fatos e trazendo declarações de quem participou e viu acontecer.

Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

O ano de 2024 chega ao fim com um dos principais militares do governo anterior preso e um escândalo de proporções internacionais. O general Braga Netto foi acusado de orquestrar um golpe de Estado que incluía o assassinato de políticos e autoridades. As investigações da Polícia Federal também apontaram envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Ninguém pode mais desmentir. Eles tentaram dar um golpe para impedir que assumíssemos a Presidência da República”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, por sua vez, saiu em defesa de Braga Netto: “Como alguém pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu nas redes sociais.

Além das tensões políticas, o ano foi marcado por extremos climáticos e tragédias. Em setembro, enchentes no Rio Grande do Sul deixaram pelo menos 180 mortos, afetaram 468 municípios e impactaram milhões de pessoas.

“Perdi tudo. Não tem como recuperar nada. E perdi parentes e amigos”, lamentou João Luís Lima, morador de Porto Alegre. Ana Brito, retirada de casa com água no pescoço, relatou o trauma: “Mesmo na casa de familiares, eu ouvia o barulho da água batendo na porta. Entrava em pânico”.

Enquanto os gaúchos tentavam reconstruir suas vidas, incêndios devastavam o país. Mais de 246 mil focos de queimadas foram registrados, 76% acima da média dos últimos cinco anos. Amazônia, Pantanal e Cerrado foram os mais afetados, com 27 milhões de hectares destruídos.

“Será necessária uma política pública para enfrentar, a curto, médio e longo prazo, os extremos climáticos que assolam o país”, afirmou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que a maioria dos incêndios foi criminosa, já que não houve fenômenos naturais que justificassem a simultaneidade.

A Polícia Federal prendeu suspeitos e abriu investigação para apurar a origem de tanto focos simultaneamente.

Violência urbana

Além do calorão, a vida urbana no Brasil teve outras tristes marcas, como o avanço de organizações criminosas do Sudeste em estados do Norte e Nordeste, e a escalada de violência policial em várias localidades, como São Paulo, onde autoridades tiveram de voltar atrás e determinar o uso das câmeras corporais nos agentes.

“A violência policial não é um fenômeno isolado ou acidental, mas sim parte de um padrão estrutural de discriminação e violência racial”, afirmam 81 entidades, grupos de famíliares e mãos de vítimas que denunciaram a situação na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

"Pelo amor de Deus, deixa eu entrar. Eu sou a mãe dele! Vocês estão matando meu filho, gente, deixa eu entrar", implorou a mãe de Vinícius Fidelis Santos de Brito, 24, morto a tiros dentro de uma casa em comunidade de São Vicente, litoral paulista.

E um caso de violência que chocou o país em 2018 teve desdobramentos importantes em 2024: o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O inquérito da Polícia Federal foi encerrado em maio com a prisão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Os três foram apontados como mentores do crime, mas negam. Em outubro, os acusados de execução foram à julgamento.

Eleição municipal e desafios políticos

Nas eleições municipais, partidos de centro-direita, como PSD e PL, ganharam força, enquanto a esquerda enfrentou dificuldades. A internação de Lula no fim do ano para tratar um sangramento cerebral reacendeu debates sobre a falta de lideranças progressistas.

Entre os temas emergentes, a exaustiva jornada de trabalho 6x1 ganhou destaque. A deputada Erika Hilton (PSOL) liderou a pressão pela PEC que propõe mudanças no regime de trabalho.

“Estamos ocupando as ruas para dizer que este debate é sobre dignidade!”, afirmou a parlamentar. Trabalhadores, como Daniela Dias (nome fictício), relataram o impacto da rotina: “Não tenho tempo para cuidar da família ou de mim mesma”.

A jornada pesada é alvo de reclamações há muito tempo, mas o debate político em torno da mudança só ganhou holofotes em 2024. Outros, há mais tempo na ribalta, estiveram em cena este ano mas também não tiveram desfecho.

Na lista das pendências figuram da regulação das Big Tech na luta contra as fake news ao ciclo vicioso em que se meteu a política econômica brasileira, com desconfiança do mercado frente ao ajuste fiscal, receio de descontrole inflacionário e juros nas alturas. As emendas parlamentares, com o Congresso definindo um terço de todo investimento público, foram outro ponto de polêmica e desgaste o ano todo entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

O ano de 2024 ainda teve realização do Concurso Nacional Unificado e demissão do ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, por suspeita de assédio sexual contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. No apagar das luzes do ano que fica outro destaque veio das estradas, com um trágico acidente envolvendo uma carreta, um ônibus e carros de passeio, o que deixou mais de 40 mortos. Em agosto, a queda de um avião da Voepass deixou 62 mortos, com a atordoante cena da queda livre da aeronave numa área residencial de Vinhedo, São Paulo.

"Eu, minha esposa e a empregada achamos que era um helicóptero em pane, pelo barulho. Estava quase saindo da residência, e vimos a aeronave já explodindo na nossa garagem", contou Luiz Augusto de Oliveira, dono do terreno onde o avião caiu.

Esporte: mulheres negras brilham nas Olimpíadas

No esporte, 2024 foi o ano em que o Brasil ganhou sua primeira medalhe na marcha atlética, porém, mais do que nunca, foi o ano em que reinou a força feminina no esporte, com destaque particular das mulheres negras. O país voltaria dos jogos olímpicos de Paris sem medalha de ouro se não fossem elas – Beatriz Souza no judô, Ana Patrícia e Duda no volêi de praia e, Rebeca Andrade, no solo da ginástica artística, que se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil.

“Minha luta é comigo mesma, não com as outras pessoas”, disse Rebeca, que superou Simone Biles no solo.

Já nas Paralimpíadas, o Brasil brilhou com 89 medalhas, sendo 25 de ouro. Gabrielzinho da natação se destacou, conquistando três ouros e encantando o público com sua humildade. “Se eu conseguir ser 10% do que foi Pelé, já estarei feliz”, disse o atleta.

Botafogo surpreende no futebol

E para encerrar o ano, o Botafogo fez história ao vencer o Brasileirão e a Libertadores, consagrando-se como o grande campeão do futebol nacional em 2024.

  continue reading

24 قسمت

Semua episode

×
 
Loading …

به Player FM خوش آمدید!

Player FM در سراسر وب را برای یافتن پادکست های با کیفیت اسکن می کند تا همین الان لذت ببرید. این بهترین برنامه ی پادکست است که در اندروید، آیفون و وب کار می کند. ثبت نام کنید تا اشتراک های شما در بین دستگاه های مختلف همگام سازی شود.

 

راهنمای مرجع سریع